15 de jul. de 2011

GUIA TURISMO CULTURAL DE ALAGOAS


GOGÓ DA EMA é um lindo poema.

Gogó da Ema era um coqueiro deformado que lembrava o pesçoco de uma ema, e que tornou famosa a praia de Pajuçara.

Jucá Santos, poeta alagoano, em 11 de novembro de 1959, escreveu sobre o Gogó da Ema dedicando o poema a Neilda Cavalcante, comparando-o com o personagem da literatura teatral, o deformado e triste Quasímodo.

Infelizmente em 55, a fúria do mar derrubou nosso glorioso Gogó da Ema, mas sua imagem vive na lembrança dos alagoanos.
P A J U Ç A R A
Jucá Santos


Águas do mar inquieto,
debate-se nos velhos arrecifes.

Os coqueiros eretos,
de folhagens verdoengas
tangidas pela força do vento,
choram lágrimas de côco
pela morte do irmão "Quasímodo"

O que hoje existe,
é uma lembrança triste
do coqueiro ausente.

Gogó da Ema lembra tudo :
Amor...
Ternura...
Poesia...





A história infeliz de um amor proibido.
A desventura de Lúcia...
A tortura de Laura
e a desgraça de Clélia...

A música do vento,
e a eterna melodia da saudade !

O cheiro da maresia, é o perfume do mar.
Perfume que é uma evocação
de passados longínquos e enigmáticos.

Gogó da Ema não tem túmulo na praia.
Gogó da Ema tem um túmulo
em cada coração de poeta,
de pintor, de músico e amante.





No vazio da praia a sua efígie está presente
e suas folhas se embalam
ao perpassar do vento da tristeza.

Gogó da Ema lembra tudo...
A jangada que vai e a jangada que vem.
Velas brancas que inspiram o poema da fome.

Hoje, Gogó da Ema é uma evocação.
Lembra o sonho e o devaneio.
Gogó da Ema lembra tudo...
Gogó da Ema lembra - PAJUÇARA !

(Com respeito ao autor, eu, acrescento:
Gogó da Ema lembra MACEIÓ!!!)


MACEIÓ, CAPITAL LITERÁRIA DO BRASIL! MESMO?!?

Macéio, capital literária nordestina.
Você sabia que Maceió foi uma das capitais literárias do Modernismo.
Confira o que escreveu o célebre jornalista Lêdo Ivo:
Peguei esse texto interessantíssimo, no site da Academia Brasileira de Letras, com o www.google.com(site de busca) se acha tudo.

"Como sou alagoano, não quis falar da participação de Alagoas, vamos dizer, no romance nordestino. Mas já que Oliveiros Litrento abriu o assunto, quero dizer o seguinte: que, sem Alagoas, não teria havido literatura nordestina, pela simples razão de que O Menino de Engenho foi escrito, em Maceió, por José Lins do Rego.
Caetés, São Bernardo e Angústia, de Graciliano Ramos, foram escritos em Alagoas. Quando Graciliano Ramos veio para o Rio de Janeiro, de cabeça raspada, no navio, acusado de comunista, ele trazia esses três romances, que foram escritos em Maceió.
O João Miguel de Rachel de Queiroz, também foi escrito em Maceió, na década de 30. Portanto, Maceió, mais ou menos de 1927 até 1933, de um certo modo, foi uma das capitais literárias do Brasil, sem embargo da grande posição exercida por Recife, que está aqui Marcos Vilaça vigilante, e eu não quero provocar nenhuma colisão.
Realmente, é um negócio curioso, porque José Lins do Rego, Jorge de Lima, Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz conviveram em Maceió, durante vários anos.
Foi exatamente em decorrência da temporada alagoana, que José Lins do Rego teve uma filha alagoana, Maria Elizabeth, a Betinha. Não! é a embaixatriz Maria Cristina Lins do Rego Veras, aqui, que é exatamente a filha alagoana de José Lins do Rego.
De modo que ele não apenas tem uma filha alagoana, como também possui um filho espiritual alagoano, que é o Riacho Doce. Esse romance é muito curioso, porque revela um dos problemas fundamentais do Brasil, que é o problema do petróleo. José Lins do Rego foi o primeiro romancista a abordar esse assunto, se o Brasil tinha ou não petróleo, com aquela história toda do sueco etc.
Por conseguinte, a resposta que tenho a dar é que Alagoas assume muita importância na vida de José Lins do Rego; daí a amizade dele por Graciliano Ramos, que foi também evocada aqui."

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