28 de nov. de 2011
CARUARU-PE
INÍCIO
Em busca do Pau-Brasil, os primitivos colonizadores lusos trazidos por Duarte Coelho (1º Gov. de Pernambuco), invadiram a Borborema pela Serra Comprida (Serra das Russas) destruindo a floresta, transformando-a quase em deserto. A meta era conseguir a maior quantidade de Pau-Brasil, pois o Reino queria mas e mais lucros.
O negócio era tão bom, que os exportadores já estavam estabelecidos no arremedo do Porto existente nos ARRECIFES DOS NAVIOS. Daí, originou-se o primeiro Caminho das Boiadas, ligando Recife e Olinda ao interior. Extraído o Pau-Brasil, explorando a terra e plantando a cana-de-açucar em alta escala, foram criados os primeiros engenhos, necessitando de muitos braços para a lavroura e para o eito.
Escravizaram os índios mas, como os mesmos se consideravam-se donos da terra, sempre que pudiam fugiam para as matas, ou produziam tão pouco que não valia apena alimentá-los. Como os índios não serviram para a escravidão, resolveram trazer negros da África (TRÁFICO NEGREIRO).
FUGA
Os negros eram trazidos da África em TUMBEIROS e expostos à venda no mercado de Olinda. Embora o negro produzisse mais que os índios, trabalhava revoltado, instigado pelo chicote dos feitores, predisposto à fuga na primeira oportunidade. A fuga dos negros, dera origem aos Quilombos (significa povoação unida). Dentre vários, o Quilombo dos Palmares, o mais celebre.
Por haver muita fuga e morte entre os negros, os lusos para amenizar, permitiram que trouxessem algumas lembranças de suas terras, e, entre elas o KALU'LU (erva silvestre comestível). Devido ao rio e brejos, os negros instalaram os Quilombos de Kakalu, nome dado devido a proliveração em seus campos da planta.
Mas tarde chamou-se LUGAR DO CARURU, quando ali se instalaram os lusos e brasileiros em busca do Pau-Brasil. Os primeiros mocambos forma: Kalalu ou Kalulu, Lajeiro do Preto, Brejo da Mulata, Mata Escura e Mata Negro.
1657 à 1671
De 1657 à 1658, quando Pernambuco era governado pelo capitão-general André Vidal de Negreiro, este concedeu a sesmaria de 10 léguas de terra a seu sobrinho Antonio Curado Vidal (Amaraji, Primevera, Chã Grande São José dos Bezerros e a parte de Caruaru).
Em 23 de dezembro de 1671, Pernambuco já sob o domínio do governador Fernão Souza Coutinho, concede a segunda sesmaria de 20 léguas de terra sob título de SESMARIA ARAROBÁ, à família Vieira de Melo, de quem era membro o capitão José Rodrigues da Cruz (ou José Rodrigues de Jesus), tornando-se herdeiro da fazenda primitiva FAZENDA CARURU.
Mas tarde, em boa parte do seu território foram fundadas diversas propriedades agropastoris. Por exemplo: Fazenda Tacaité (Belo Jardim), Sítio Volta (São Caetano), Fazenda Salgado (em Caruaru), Sítio Pau Santo (Pau Santo), Sítio Taquara (Caruaru), Sítio Terra Vermelha (Caruaru), Brejo da Mulata (Caruaru), Fazenda Sta. Rosa (Caruaru), etc.
1672 à 1781
Aos 2 de junho de 1681, surge a Sesmaria do Caruru, doada pelo então governador Aires de Souza de Castro a uma familia portuguesa, chefiada pelo cônego Simão Rodrigues de Sá radicado em Olinda e no Recife. Seriam 30 léguas de terra entre o Rio Ipojuca e de Serinhaém. Limitava-se ao Leste com os Sítios de cultura do mestre de campo Antonio Curado Vidal no Vale de Pau Santo e Riacho da Palha. Ao Sul, com a Sesmaria do Ararobá da família Vieira de Melo, à qual mais tarde se vincularia através de matrimônio, com a família Rodrigues de Sá do CARURU. A Oeste com parte da Sesmaria Ararobá na altura do Sítio Volta e parte das terras agrestinas.
Foram fundados diversos sítios, entre eles: Sítio da Posse na ribeira do Ipojuca, Sítio Volta dos Vieira de Melo, Sítio do Caio-Cá às margens do riacho do mesmo nome(afluente do Ipojuca), Sítio do Cedro e Sítio de quem era membro o capitão José Rodrigues da Cruz (ou José Rodrigues de Jesus), tornando-se herdeiro da fazenda Jacaré vizinhos entre si, Sítio Jurití e Sítio Jucá ao norte etc...
De todas estas propriedades a mais central e mais movimentada seria justamente a que deu nome a sesmaria, e que, em pleno caminho das boiadas, ficava entre o MORRO CARURU e o Rio Ipojuca, fronteiriça a Fazenda Sta. Rosa e no centro do LUGAR DO CARURU. Em 1781, o capitão José Rodrigues da Cruz (ou Jesus), deu início à construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, transformando com o tempo sua propriedade particular POVOAÇÃO DO CARURU, depois vila e cidade.
1782 à 1812
Em maio de 1782, D. Tomás da Encarnação Costa concedeu licença para celebração de missas na capela ainda em fase de construção atendendo pedido do fazendeiro José Rodrigues, e de sua mulher Maria do Rosário cujo casal
"havia erigido a capela de N. S. Conceição, da freguesia de S. José dos Bezerros na fazenda DO TÍTULO DA DITA SENHORA no lugar do CARURU em lugar decente e livre de toda comunicação".
Em 1800, o capitão-fazendeiro já tendo transformado a fazenda em povoado, resolveu realizar festejos natalinos na Rua da Frente (por ficar em frente a capela).
Em 1802, o padre Nemésio de São João Gualberto é nomeado capelão da igrejinha situada no Lugar do Caruru. Em 1811, cria-se o município de Santo Antão, em fase disso, Caruru desliga-se do Termo de Olinda, para integrar-se a jurisdição da Vila Santantense.
Em 1812, a Câmara Municipal de Santo Antão, nomeia o 1º juiz para o Distrito do Caruru, por nome de João Ferreira da Costa.
1813 à 1957
Em setembro de 1820, morre na Povoação do Caruru, o capitão José Rodrigues da Cruz, sendo sepultado no interior da capela. Em 9 de novembro de 1824, o capitão Antonio Teixeira de Carvalho, é encarregado do Comando Militar do Distrito do Caruru.
Só de 1848 por diante, é que o nome Caruru desaparece dos escritos, aparecendo CARUARU, sem explicação alguma.
Em 1849, Caruaru torna-se município e sua Câmara Municipal é instalada, sob o domínio da família Vieira de Melo. Em 1941, Caruaru recebe o cognome "Capital do Agreste", com a primeira composição de Nelson Barbalho, gravada em 1957, pelo saudoso Luiz Gonzaga, e por Israel Filho em 1992. Surgiu através do texto extraído de um artigo da Folha da Manhã do Recife, escrita pelo engenheiro caruaruense Gercino de Pontes.
Resumo extraído do livro CARUARU NOMES E COGNOMES de NELSON BARBALHO
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